Eu me sinto só. E isso não é ruim. Ontem contei nos stories que, de tempos em tempos, eu me faço a pergunta: “quem me aprecia para além das minhas utilidades?” Sei que, por muitas e variadas razões, sou útil para muitas pessoas. E sei também que é muito fácil amar alguém quando essa pessoa serve aos nossos interesses. Mas a vida já me mostrou que raramente os afetos perduram para além das utilidades. A @cristianagarzon e a @claracarvalhor foram do time do Namah por alguns anos. Eu, sendo proprietária, era útil para elas. Quando elas sairam, porque o Namah estava num momento e elas em outro, eu deixei de ser útil. E apesar de qualquer discordância no lado profissional, eu recebo afeto delas quase todos os dias. Deixei de ser útil, mas o afeto está ali, intocado. E isso, meus amigos, é raro. Ainda esse ano tive a tristeza de perceber que em umas das minhas relações mais estimadas a utilidade superou o afeto e, quando deixei de ser útil, deixei de ser amada. E isso, meus amigos, é dolorido. Não foi a primeira vez que fui dispensada depois da utilidade encerrada. Nem será a última. Mas o problema é que quando você tem muito a oferecer para muita gente, e tem clareza de que muitas relações são sustentadas pela utilidade, você sai da ilusão de que tem muitos vínculos e coloca os pés no chão. E isso traz a lembrança de uma verdade que todo mundo se esforça para esquecer: nós somos sós. Eu me sinto só, mas sem angústia. Me sinto alegre pois compartilho a vida com muita gente bacana e porque tenho afeto genuíno por muitas pessoas que não me são úteis - e por outras que são, mas que eu amo para além disso. E essa minha capacidade de amar alguém para além da utilidade é o que me preenche. Não é o amor que a gente recebe que nos completa. É o que a gente doa, sem esperar nada em troca. “Eu te amo, e você não tem nada com isso” Só é amor se não há expectativa de receber nada em troca. Todo resto, meus amigos, é utilidade. Marque aqui quem você ama, para além das utilidades. ❤️ __ #acendasualuz #carolrache