Não dá pra falar de uma forma generalizada sobre trabalho, até porque pra que uma camada da sociedade tivesse direito ao ócio, uma outra parte teve que ter sua mão de obra explorada de maneira sucateada e desigual, como diz Russell No "Elogio ao ócio". Essa idéia de que a gente precisa amar o que a gente faz, e a vida vai ser muito melhor trabalhando assim, me parece um pouco utópica! Primeiro porque não se aplica à boa parte das pessoas o privilégio dessa escolha, segundo porque ainda que a gente consiga trabalhar com o que amamos não será sempre coisas positivas! O estímulo ao trabalho incessante, a dedicação de 200% , foi fundamental pra que se estabelecesse a lógica capitalista e desigual em que vivemos. Acredito que a chave do equilíbrio tá em melhores condições de trabalho pra que se tenha dignidade e condições de equacionar vida pessoal e vida profissional, pra que o lazer seja um bem comum e que encontremos para além de prazer de fazer o que fazemos, sentido em estarmos executando nossas funções com excelência.